04 agosto 2013

Flerte

I

Sua pele apenas vista me começa
Sua pele então beijada me silencia
Estou nas sutilezas de dizer e não dizer
Eu me faço no revelar sem mostrar
Sou o bobo bem me quer mal me quer...
Meu bem não me quer?
Olha, pergunta, sorri
Quer
E te quero... e que ainda nem conheço!
E temo perder... o que ainda nem tenho!

Dou o movimento... 
Jogo tenso, um empurra e puxa, trocas de olhar.
O olhar projetado enquanto se recua, e então se encara...
            ...aprofunda-se íris adentro.
As retinas, cortinas em contraluz, mostram em sombras quem está por dentro.
E assim sorrisos entrevistos, visadas entressorridas no flerte,
            desferindo palavras agudas, perfumados floretes.
Dois a se confundir, um par a se olhar...

II

Não, eu não sei disfarçar.
Há coisas que me escapam
pelos poros
pelos olhos
pelos passos
pelos pensamentos... infindos balões imaginários,
Mais um ali passando!
Vê?!
O que me escapa?
Algo do que se queira dizer
Do que se queira entregar
Do que se queira fazer...
Vê?!
Lá estou, disfarçadamente,
a te olhar...

Nenhum comentário:

Postar um comentário