ao redor da fogueira
se juntou a família
para ver a Lua Nova
queimando
queimando queimando
até aparecer sua caveira
o braseiro era quente
em noite de lua cheia
ao redor da fogueira
se juntou a família
para ver aquela moça
virar carvão de lareira
ela era tão bonita
ela era tão faceira
ela era tão menina
ela era tão ligeira
queimou a Lua Nova
no fogo da Santa Igreja
só porque... só porque...
mandou seu amor pastar
a grama dos fundos da capela
danada foi ela
não baixou sua cabeça
ao amor recusou a entrada na sua alcova
mas o amor não lhe respeitava a palavra
então forçou a entrada de surpresa
e sem licença
no colo da mocinha
o amor não acreditava que mulher tinha palavra
então forçou a entrada de surpresa
e sem licença
no colo da mocinha
ao redor da fogueira
se juntou a família
para ver aquela moça
virar carvão de lareira
ela chorou
uma, duas, três, quatro lágrimas
uma foi de dor
uma foi de raiva
e uma foi de alegria
quando pegou no cabo da adaga
e degolou o seu amor
quando ele menos esperava
ao redor da fogueira
se juntou a família
para ver aquela moça
virar carvão de lareira
e a quarta e última lágrima
ela chorou
foi quando reencontrou o seu irmão
além da fogueira
após ter sido em cinzas transformada
e ele, um velho marinheiro...
a acompanhou de volta pra casa
no seu barco carregado
com tudo que ela levava no coração
ao redor da fogueira
se juntou a família
para ver aquela moça
virar carvão de lareira
Nenhum comentário:
Postar um comentário