21 agosto 2022

olha quanta força que eu faço

olha quanta força que eu faço
pra não me ver sozinho
um eterno estranho no ninho
vagando semialeatório pelo espaço

eu me desfaço, me dispo e me despeço
seminu, semicru, semiológico me despedaço
em ilogicidades 
que se não fosse esse poço no peito
eu não as faria

mas foda-se
porque eu sei que de um jeito ou de outro
e de outras formas eu já fazia
foda-se porque eu carrego um Sol atrás dos olhos
iluminando muitas gravitações 

vai ver o meu vagar não é tão à toa assim
e talvez tudo gire com algum sentido
e quem sabe tudo não passe
de só um perpétuo vai e vem

mas aí eu me pergunto se essa rota
tão torta
se é eu indo ou voltando
se esse caminho é um rumo 
ao horizonte ou um beco sem saída
se é uma estrada no prumo 
da ida ou da volta

sozinho e confuso

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