teus braços inertes e corpo frio
boca espumada, os olhos fechados
fechados e pesados
pesados de um sono químico
para o qual tu foi e esqueceu de voltar
o meu terror gritando dentro do meu peito
e eu só...
em um só dia
vertendo todas as lágrimas previstas para uma vida inteira
querendo chamar teu nome e querendo te mandar acordar
mas sabendo que não... nada adiantaria
e o medo mais mesquinho de o que irão de mim pensar
e acusações de eu ser uma má companhia
e as justificativas que eu iria dar
e a raiva de mim mesmo por cogitar tais vaidades
em hora tão trágica, tão desoladora e tão inconsolável
e horrivelmente insubstituível
o meu maior medo e maior perda realizada...
pesadelo vivo vivenciado
o vazio
o silêncio
o buraco
o implodido
o desmoronado
o irreparável
o inenarrável
ato
teu abandono derradeiro
e o meu amor destruído de ficar no ponto dos mais finos estilhaços
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