14 abril 2022

Promete pra mim que você não vai ser feito de trouxa

Blasé
Sem um porquê
Pra sorrir
E um sorriso forçado
Esperando
Além de ninguém pra me fazer feliz

Desde quando esse cansaço?
De onde começou o meu caso?
Como calei o meu canto?

Sentado no canto sem descanso

Seu descaso e o meu desencanto
E agora
O meu descaso e o seu desencanto

Como pode tanto tempo junto --
nós dois aos dez mais oito,
e numa noite
naquela noite
somada a todas as outras noites dos últimos dois anos --
não ser junta pra toda a vida.
Não daquele amor mais
Mas talvez de um outro que não morreu
Só sei que hoje eu só quero só, eu só quero paz

É no silêncio do meu silêncio que eu me ouço
E o que eu falo de mim pra mim
É sobre o que eu vim, vi e vivi
Mas não venci
E se venci foi porque enfim cheguei no fim

Não há o que vencer num jogo de não competição
Não perdemos nem nos perdemos
Mas não temos mais nem o nós
Nem o perdão

Puz só um ponto final nas rimas
Dei um fim às rixas
Cansado desse cansaço de se estar cansado
de mim contigo
de ti comigo
e não do nosso laço
mas dos nossos nós

Chegou a hora de desatar
É... eu cortei!
Já não dá mais.
Continuei.
O dia de hoje não pode ficar para depois.

Carpe diem: você me dizia todos os dias
Memento mori: e eu de ti me lembrava
Como não vou me esquecer
Das suas últimas palavras
repetidas duas vezes naquela estação rodoviária:
Promete pra mim
que você não vai
ser feito de trouxa...
Promete pra mim
que você não vai
ser feito de trouxa...
E eu repeti... pela última vez:
Promete pra mim
que você vai
Só isso, sempre isso
que você, mesmo só
Só vai se cuidar.

Apertamos as mãos e partimos...

13 de abril 2022

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